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Mostrando postagens de maio, 2020

A casa da várzea em Assaré

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Imagem: reprodução / Vânia Dias. Pra cego ver: foto de casarão amarelo e branco, com estrutura gasta, aspecto envelhecido. Há um poste de eletricidade a sua frente, e uma árvore ao lado. O céu é azul sem nuvens, e não há outras casas no enquadramento, apenas outras árvores distantes ao fundo e terreiro ao redor. A cada da várzea em Assaré, antiga residência, foi construída no século XIX. Possuí esse nome por conta do alagamento que se forma ao redor em tempos de chuva, caracterizando aspecto pantanoso, segundo o blog Visite Assaré.  Ela fica sob a responsabilidade de um cuidador, e somente com autorização dele pode ser adentrada. Assim como muitos casarões antigos, existe a idealização no imaginário popular entre parte dos moradores da cidade, de que a residência seja assombrada. Segundo Antônio Sampaio, jovem natural da cidade, os mais idosos contam que já ouviram barulhos de correntes sendo arrastadas por lá, as quais teriam sido usadas em negros escravizados.

A mulher que virava porca

Popular em Caririaçu, Ceará, há alguns anos circulou na pequena cidade a história de que, em um de seus sítios, uma mulher transfigurava-se em grande porca, violenta e indomável. Narrada durante aula de curso de  Especialização em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira e Africana da URCA , a população atribuía a ela o sumiço de vários pintos, segundo o blog Cidade Juá. Assim como na lenda do lobisomem, ela se transformava em noite de lua cheia.  O caso chamou muito atenção e, certo dia, um morador da cidade decidiu solucionar o mistério. Susana, a filha deste, disse ser afirmação do pai a captura da porca. O homem amarrou o animal, mas em nenhum momento constatou tratar-se de uma mulher. O estranho foi o desaparecimento misterioso da criatura durante a noite, restando apenas as cordas que a prendiam. O morador iria gravar relato em vídeo com a equipe do caça-fantasmas, mas desistiu, triste após ser chamado de mentiroso pelos seus colegas.

O padre amaldiçoado de Santana do Cariri

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Imagem: reprodução / freepik. Pra cego ver: fotografia em preto e branco de ponta de torre de uma igreja. No topo do teto, uma cruz. Ao fundo o céu nublado. Falar sobre esta história é complicado, porque o padre em questão tem nome, sobrenome, ainda está vivo, e não gosta nem um pouco dela, segundo relato de amigos moradores da paleológica cidade. Porém, falando com eles, muitos afirmam ter vivido ou ouvido falar de situações em que o tal padre era associado a um lobisomem em meados de 2008. O mais comum foi ouvir a noite o uivar canino propagado a partir da igreja. Segundo Maria da Silva, 52 anos, natural da cidade, o período em que o padre administrou a igreja trouxe muitos benefícios. Ele conseguiu fazer a sede da paróquia,  o salão paroquial e a restauração da igreja. A senhora afirma nunca ter presenciado nenhuma "transformação" do padre em lobisomem, mas que os boatos corriam as ruas diariamente. Os curiosos (os mais corajosos) se amontoavam a noite próximo a

As botijas assombradas

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Imagem: reprodução / pinterest. Pra cego ver: pintura em aquarela de pintura dourada vista de cima, no interior há material abstrato dourado e ao redor o que parecem ser pedras de ouro. Diz a lenda que os senhores de engenhos eram os proprietários das botijas, os pequenos potes de barro usados para guardar riquezas. Naquela época os bancos não eram seguros e o medo do ataque de inimigos era uma forte realidade, não atoa as casas grandes visavam muito mais segurança do que estética,  então, dessa forma, os senhores se preocuparam em esconder essas botijas. Em sua infância, Jorge Nuvens, morador de Santana do Cariri, ouviu dos mais velhos da família que os donos de terras, na tarefa de esconder suas botijas, iam acompanhados de dois capangas, ou escravos. Estes ficavam com o serviço pesado, de cavar grandes buracos no chão, ainda que as botijas não fossem tão grande. Quando acabavam o serviço, eram assassinados sem piedade, para que não houvessem testemunhas sobre o "x&q

A maldição de Vicente Finin

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Imagem: Reprodução / Freepik. Pra cego ver: desenho digital de lobisomem caricato, dois pedaços de bife cru flutuam ao redor dele, mas ele não dá a mínima, está de mal humor. Imagem com fundo completamente azul, e lua amarela no topo. Logo no início do Caça-fantasmas, uma das primeiras histórias que me disseram não poder ficar de fora da lista dos escritos do projeto, foi a do Vicente Finin. Ninguém sabe ao certo onde ele viveu. Em conversa com o povo, disseram ser filho de Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha, Farias Brito... o que se sabe é que o nome é do Cariri, e todas as versões ouvidas se encaixam nessa que vou contar agora. Certa manhã, no sítio, o jovem Vicente Finin recebeu uma ordem da mãe, "vá deixar o de cumer do seu pai lá na roça, meu fi". O rapaz era cheio de malandragem, e de certo não fazia o tipo obediente, mas pegou a marmita para levar ao trabalhador. A família vivia em situação de pobreza. Casa pequena, com tintura velha descascando nas p

A dona da mata

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Imagem: reprodução / google images. Pra cego ver: desenho digital colorido de garota com características de idosa, pele morena um pouco flácida e coluna um pouco curvada para frente. Seus cabelos são longos, lisos e castanhos. Ela usa vestido velho e vermelho, e encara o observador com expressão antipática. Por Carlos Rodrigo Dizem que o ser humano tem medo do desconhecido, e esse é um dos motivos pelo qual a morte é temida. Com a ausência da luz do dia, a nossa visão se limita, em alguns ambientes passamos a desconhecer visualmente o que há ao certo ao nosso redor. Pode estar aí a associação da noite com o medo, a ligação dela a criaturas maléficas, quem sabe? Bem, foi apenas durante a noite que a senhora Maria Aparecida, moradora de Crato, Ceará, em determinado período da infância em Jardim, Ceará, viu quase todos os dias um ser sobrenatural e dito perigoso, conhecido por muitos . A mulher morava no campo, sem vizinhos. Lá, toda noite uma “garotinha” passava próximo a

O destino de Jão Chorão

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Foto: reprodução / google images. Pra cego ver: fotografia com efeito de pintura. A imagem mostra parte de um rosto branco (olhos fechados e nariz) bem iluminado e com sombras marcadas. Por Thaiza Regina (moradora de Crato, Ceará) Antes de dormir, a noite, a minha avó sempre contava histórias de trancoso (que não pode ser contada de dia porque se não a pessoa criaria um rabo). Das poucas que me lembro uma das que eu mais gostava/gosto é a de Jão chorão, um rapaz pobre, cujo o pai um dia disse para ele e os irmãos que iria soltar uma flecha para cada um deles.  Onde a flecha caísse teriam que ir, ficar, se casar, e construir família, suas vidas, e não era para voltarem. O pai atirou a primeira flecha, a do filho mais velho, esse teve sorte e caiu em um reino no castelo de uma princesa muito rica, com a qual se casou, voltou e contou ao pai. O segundo irmão, também teve sorte e a flecha dele caiu em outro reino no castelo de uma linda princesa, com a qual se casou. Ele ta